As minhocas são animais anelídeos, da subclasse Oligochaeta, de simetria bilateral, recobertos por uma fina cutícula pigmentada. Seu corpo cilíndrico é segmentado interna e externamente, mas os dois primeiros segmentos não são identificados externamente. Estão distribuídas pelos solos úmidos de todo o mundo, algumas com apenas alguns centímetros, outras com um a dois metros de comprimento, ou mais, casos nos quais são conhecidas como minhocuçus. O seu corpo é formado por anéis (segmentos corporais), o que faz com que sejam cilíndricos e alongados, com a boca e o ânus em extremidades opostas, e um anel mais claro, o clitelo, mais próximo à extremidade anterior. São, ainda , conhecidas por serem animais com vários corações, podendo ter entre dois e quinze pares. Exemplar de mynthas fuscatus,. Elas vivem enterradas (são animais subterrâneos), escavam galerias e canais no solo, buscando abrigo e restos vegetais, os quais são seu principal alimento, ingerido com grandes quantidades de terra. Elas são, portanto, animais detritívoros, pois se alimentam de detritos de várias origens. As fezes das minhocas contém terra ingerida misturada com matéria orgânica, compondo o húmus de minhoca, um ótimo fertilizante. As minhocas são frequentemente usadas como isca viva, na pesca com linha. Diferente do que algumas pessoas pensam, a cobra-cega não é minhoca e possui uma classificação bem distinta. A maior espécie registrada é a Amynthas mekongianus, com mais de 500 segmentos. Cientistas acreditam que há correlação entre o comprimento das minhocas e número de segmentos, o que implica que os segmentos são adicionados ao longo de toda sua vida.
As minhocas podem ser encontradas em todos os lugares da Terra, mas raramente em desertos e áreas sob neve ou locais com pouco solo e vegetação. As minhocas peregrinas são amplamente distribuídas por apresentarem algumas características fisiológicas como: hermafroditismo, tolerância a variações ambientais, oportunismo na escolha do alimento, habilidade em resistir a estresses químicos, associação com solos cultivados e plasticidade ecológica. Assim, esses indivíduos podem ser dominantes em ambientes hostis. Esse oligoqueta possui um hábito detritívoro e criam galerias no solo que podem ser ramificadas ou irregulares, com uma ou mais aberturas na superfície, e podem conter câmaras especiais para casulos ou para períodos de diapausa. O muco secretado pelas minhocas diminui o atrito do corpo com o substrato e promove a contenção das paredes das galerias. Essas galerias podem ser longas e profundas, especialmente em espécies maiores, podendo chegar até 3m de profundidade. Já espécies menores se encontram em camadas mais superficiais. O diâmetro das galerias pode variar entre 1 mm até 40 mm. As galerias facilitam a drenagem da água e o desenvolvimento de raízes de plantas e também possibilita maior penetração de ar. A alimentação das minhocas na natureza consiste em materiais em decomposição depositados no solo. Esses indivíduos possuem o hábito de se alimentarem em um local do solo e defecarem em um local mais distante, promovendo o revolvimento e a mistura do sedimento. Isso contribui para grandes profundidades de matéria orgânica, melhor distribuição de nutrientes e promovem o processamento e a incorporação de matéria orgânica no solo. As fezes de minhoca possuem muito material orgânico contribuindo para a atuação dos microrganismos nos processos de decomposição e ressíntese, resultando na produção de húmus e no aumento da fertilidade do solo. Durante as estações secas e durante o inverno, algumas minhocas se movem para de até 3 m. Nessas condições, uma minhoca pode entrar em diapausa e perder até 70% da água do corpo até que a água se torne disponível.
Alimentação e iscas de peixes Eudrilus eugeniae e Eisenia foetida, também conhecidas como minhocas vermelhas inglesas, são utilizadas na América do Norte, como iscas de pesca, desde a década de 1940. Essas minhocas também são utilizadas para compostagem de lodo de estrume e esgoto. Minhocas são consideradas comidas excelentes, para peixes cultivados, e podem ser administradas como suplemento na dieta de peixes ornamentais, ou outras espécies difíceis de serem cultivadas. Essas minhocas podem ser utilizadas sozinhas, ou em combinação com outros alimentos, como ração comercial.
As minhocas, assim como outros invertebrados, faziam parte da dieta dos ameríndios. Índios do Acre comiam, crua ou assada, a minhoca por eles chamada de daracubi, muito comum em igapós.